Comunicar é “um processo de troca de informação que envolve a codificação, a transmissão e a descodificação de uma mensagem entre dois ou mais intervenientes” (Sim-Sim, 1998, p.21). Para conceber este processo o indivíduo necessita de competências motoras (nomeadamente a integridade dos órgãos fonoarticulatórios para produzir sons e palavras), competências sensoriais (visão e audição) e competências cognitivas (a atenção, o planeamento, o reconhecimento, a memória e a velocidade de processamento). Se estas competências forem disfuncionais a perturbação da comunicação surge e nesse sentido há um desvio ou alteração do padrão normal.
Por conseguinte, essas perturbações irão influenciar a receção, o envio, o processamento e a compreensão de conceitos ou sistemas de símbolos. Por tudo isto é necessário ter em conta o grau de severidade, o período de aparecimento e a sua etiologia. Muitas destas perturbações podem não ter causa conhecida, tais como as perturbações da linguagem primárias ou as perturbações do desenvolvimento da linguagem ou fala, ou então, terem sido causadas devido a défice auditivo, autismo, trissomia 21, AVC, entre outras patologias.
Sendo o Terapeuta da Fala responsável pela prevenção, avaliação, intervenção e investigação das perturbações da comunicação humana é ele que exerce um papel de relevo neste âmbito pois a sua intervenção visa diminuir a incidência da perturbação, de forma a capacitar o utente com o recurso a estratégias facilitadoras da comunicação, exponenciando ao máximo todas as capacidades linguísticas do indivíduo. Quanto mais cedo forem identificadas estas dificuldades e os utentes encaminhados para um acompanhamento específico e individualizado em terapia da fala mais facilmente são colmatadas essas complicações.